Lenda de Nossa Senhora dos Prazeres
Estávamos na segunda metade do século XVII, após a restauração da independência em 1640 e a guerra entre portugueses e espanhóis, principalmente nesta região fronteiriça prolongar-se-ia por quase trinta anos.
Foi nesse espaço de tempo que uma mãe do Soito, ao sentir aproximar os soldados inimigos e temendo pela vida dos dois, foge com um filhinho de tenra idade para tentar escapar à morte e salvar a vida do filho.
Envereda pelo caminho que conduzia à Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres e, ao chegar próximo deste local, cansada, faminta e incapaz de continuar com o filho nos braços, ali o deixa esperançada que alguém o cuidaria e continua a fugir sem rumo certo.
Passados alguns meses e afastado o perigo que a levara a cometer tal acto, regressa à sua terra indo ao local onde deixara o filho, chorando a sua perda, culpando-se pelo sucedido e sem esperança de o voltar a ver.
Ao chegar ao local diz: foi aqui que deixei o meu filho e a mágoa tomou conta de si, de súbito vê surgir a criança, de faces rosadas e com sinais de ter sido bem alimentada, então pergunta-lhe: quem tomou conta de ti? a criança que ainda mal sabia falar apontou com o dedito para a capela e disse: foi a Senhora que mora ali!
A Mãe, agradecida, ajoelhou aos pés da Virgem e agradeceu o benefício recebido.
Durante décadas ou mesmo séculos, o próprio ou os seus descendentes, residentes no Porto, mandavam por ocasião da festa de Nossa Senhora e todos os anos, um ramo de flores em sinal de gratidão, tal acto verificou-se pela última vez em 1940 ou 1941.
Ainda hoje se conta esta história e a capela lá continua com a imagem de Nossa Senhora a mais venerada pelas gentes desta terra.
20 de Março de 2005
Não pretendo escrever a história do Soito, mas tão só dar a conhecer factos ignorados do seu passado e, transmitir a verdade que os arquivos empoeirados do tempo me emprestaram.
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