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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Fundação e origens

Fundação e Origens

Não me é possível, a mim nem a quem quer que seja, datar a provável fundação do Soito, nem tão pouco do Sabugal de Alfaiates ou de Vilar Maior, que serão eventualmente de fundação muito mais remota do que muitos pensam, nem a origem das suas gentes.
Se não há quem, ou algo, que possa provar a idade aproximada da fundação do Soito, também ninguém se pode arrogar no direito de aventar hipóteses de idade por simples palpite, e o facto de alguns historiadores afirmarem, baseados em dados porventura errados, que o Soito era em princípios do Século XVIII, um pequeno povoado, deve ser considerado como simples opinião pessoal porque os dados históricos existentes e fundamentados contrariam tal afirmação, conforme veremos mais adiante.

Há quem, com ideias feitas, mas sem qualquer base documental, diga que esta povoação foi fundada por gente fugida à justiça, a verdade é que a maioria dos povos de Riba Côa e outros próximos, desde Penamacor a Castelo Bom passando pelo Sabugal, Vilar Maior, Alfaiates e a própria Guarda, foram, em tempos idos, coutos de homiziados, (criminosos que por decisão régia, neles permaneciam um período variável de anos, dedicando-se ás actividades quotidianas, agricultura e artesanato, sob controlo de funcionários do Rei.)
Uma outra situação que tantas vezes é referida é o caso dos forais do Sabugal, como se estes fossem apenas concedidos à Vila isoladamente, ora quem os leu sabe que os privilégios por eles outorgados são extensivos “à vila e seu termo” no qual o Soito sempre esteve incluído, por isso labora em erro, quem como tal os não entende.
Leiam-se os forais de 1296 (10 de Novembro) e de 1515 (1 de Junho).
Porque possui um solo dos mais ricos do Concelho e abundância de castanheiros, multi-centenários (pelo menos até há poucos anos) é fácil de admitir que esta terra foi povoada desde épocas distantes, mas povoada por gente trabalhadora que por humilde não teve direito a constar na história, daí o presumível alheamento, ou esquecimento propositado, de alguns cronistas e historiadores em referir o nome da povoação.
O facto de se situar afastado da rota dos viajantes, (embora João Maria Baptista, na sua Chorografia Moderna diga: o Soito está situado numa das estradas que vão do Sabugal para Alfaiates) e dos caminhos reais por onde se deslocavam os negociantes e mercadores, os coches dos monarcas ou seus mensageiros, talvez tivesse sido uma das razões para este povo ser remetido à solidão e pacatez do seu ignorado canto embora aqui fossem produzidos em abundância alguns alimentos que iam saciar as gentes de outras terras menos abastadas ou produtivas.

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