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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Capitão "Tolda"

O Capitão “Tolda”,


São muitas as referencias, escritas ou de voz popular, acerca desta que é sem duvida a figura mais mitológica da história do Soito. Chamava-se Diogo Martins de Amaral, conforme se pode ver pelo registo de baptismo de sua filha Leonor, lavrado em 27 de Julho de 1656 pelo Cura deste Lugar, Domingos de Faria.

Na altura do baptismo de Leonor, era ainda Tenente, mas em 1660 já é referido como Capitão.

Estava casado com Maria Martins, que em 15 de Dezembro de 1686 já era viúva, como se pode ver no registo de baptismo em que ela e Baltazar da Costa Pacheco, seu genro, foram padrinhos de Luzia.

No dia 16 de Abril de 1680 ainda foi padrinho de batismo de Maria, filha de Domingos Ms e de sua molher Maria Jorge, em Quadrazais.

Tinha pelo menos mais três irmãos; Maria Martins de Amaral que casou em 7 de Maio de 1657 com João Esteves e de quem o Capitão foi padrinho, Affonso Martins de Amaral casado em 26 de Janeiro de 1659 com Catherina Moreira do lugar da Mouta e Leonor Martins de Amaral que casou em 25 de Novembro de 1670.

Foi, com Maria Martins sua mulher, padrinho de várias crianças nomeadamente em 21 de Outubro de 1656, 18 de Setembro de 1660, 6 de Março de 1662, 22 de Junho de 1667 e 23 de Abril de 1670.

Em 25 de Abril de 1675, o Capitão foi padrinho com sua filha Leonor, à data com 19 anos.

Sobre ele diz o Padre Hipólito Tavares, em Memórias Paroquiais de 1758: “andou nas guerras que teve o Senhor Dom Pedro com Espanha, foi homem de grandes forças, fez grandes proezas com as armas, ainda se conserva nesta freguesia a trombeta da sua companhia com grande estimação”, diz também o Padre Francisco Vaz em “Alfaiates na Órbita de Sacaparte” volume III; que o Capitão Tolda foi o Nun’Álvares do Castelo de Alfaiates.

Nas Memórias Paroquiais de Alfaiates, do dito ano de 1758, fornecidas pelo Padre António Carvalho Baptista, pode ler-se: “Floreceo no mesmo tempo de Goarnição desta Praça, o valoroso Capitão Tolda, do Lugar do Souto, distante desta Villa hûa legoa, temido raio de Marte, cujas obras são dignas de louvor, porque ficou vitorioso de hum choque que teve com o Duque de Luna, a quem tirou o cavalo ricamente ajaezado com huma cela coberta de ouro, q se conserva ainda, e trouxera captivo a esta Coroa se o troço de Cavalaria que levava não se afastasse da rota.

Premiou-lhe sua Majestade os serviços com dar Abito de Christo e cem mil reis de tença a sua filha D. Lionor, que casou com (Bernardo) (a) da Costa Pacheco, dos Costas de Linhares, Capitão de cavallos nesta guerra paçada, e D. Lionor morreo muito velha, há poucos anos”.

Também em História do Bispado e Cidade de Lamego, IV, Renascimento II, pag. 508 e 509 se pode ler: “…Na freguesia do Souto do Sabugal, curato apresentado pelo reitor da matriz da Nave, floresceu, no século XVII, um homem dotado de notáveis forças, por alcunha o Tolda, capitão de cavalos e herói de diversas façanhas nas guerras com Castela no reinado de D. Pedro. Quase cem anos mais tarde, ainda se guardava, com grande estima, a “fronheta” da sua campanha”

Diz ainda a história que esse tal Duque de Luna, capitão Espanhol, pois Luna era uma vila da Aragão, mandou rebentar a torre de Aldeia da Ponte em resultado de os habitantes se não quererem render e que antes de ser capturado pelo nosso Capitão Tolda, ainda terá tentado mandar queimar o Soito.

Onde repousará a celebre cela de ouro, que foi despojo de guerra conquistado pelo Capitão Tolda? E a famosa trombeta da sua companhia?

(a) Em todos os escritos, o marido de D. Leonor é chamado de Baltasar, logo, Bernardo só pode ter sido um engano ou erro de cópia.

Segundo a voz popular o capitão teria vivido na actual Rua de Santo António, onde agora é o número 51.

ticarlos

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